16 de março de 2008

Surpreendente

Surpreendente pela positiva a afirmação de um cidadão guineense a propósito de um imposto instituído na Guiné:
"É bom pagar impostos porque os apoios financeiros que a Guiné-Bissau recebe são impostos doutros cidadãos", disse Bacar Sambu, um residente de Bissau.
Surpreendente (mas não devia ser) a consciência (arredia em muita gente) de que o desenvolvimento depende do esforço colectivo e daquilo que efectivamente o país produz, surpreendente ainda a consciência (muito arredia em muita gente) de que as ajudas externas são fruto do esforço, trabalho e impostos de outras pessoas.
A par da unanimidade na Guiné quanto à necessidade deste pagamento a preocupação com a gestão dos fundos gerados por este imposto no valor de Dois mil francos CFA por ano - cerca de 4 dólares - que recai sobre cada cidadão guineense de idade compreendida entre os 18 e 60 anos.
A ver vamos... mas é um passo em frente quando o cidadão tem consciência que é do seu bolso, do seu trabalho, do seu contributo que sai o desenvolvimento.
Por cá parece-me, às vezes, que falta a consciência da exiguidade do orçamento e de que este é em muito financiado por impostos pagos por trabalhadores de outras paragens... às vezes oiço falar como se estivéssemos no Dubai, num subsidia aqui, subsidia ali, faz isto, faz aquilo, devíamos ter isto, devíamos ter aquilo, que indicia a perfeita inconsciência de que o dinheiro sai do bolso daqueles que pagam impostos.

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