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28 de novembro de 2011

Neocolonialismo da crítica ou síndroma do colonizado

As críticas ao Orçamento cabo-verdiano são exactamente as mesmas, usam a mesma terminologia e até as mesmas palavras utilizadas em Portugal relativamente ao orçamento para 2011 e (mostra do aumento da nossa capacidade replicativa) para 2012 – até conseguimos encontrar na cidade administrativa o nosso TGV!!

Porquê isso, se os parâmetros financeiros e económicos são diferentes? Não temos crítica nossa?

Para diferenciar o ex-colonizador do ex-colonizado bastaria lembrar a agricultura… mas deixa para lá as diferenças, é mais fácil importar o discurso português e esquecer o nosso investimento na agricultura – onde andam aqueles que consideravam a barragem do Poilão uma coisa megalómana e impossível de realizar? Espera, já sei: andam a reclamar o salvamento à portuguesa da agricultura.

Dá muito trabalho pensar o nosso orçamento e criticá-lo por si? Importar críticas? Eu sei que importamos o papel higiénico mas… importar críticas?!

Será que sofremos de neocolonialismo na crítica, temos um pensamento crítico dependente, incapaz de criar uma crítica auto-sustentada ou sofremos da síndrome do colonizado, temos dificuldade em ter identidade própria em reconhecer valores, vantagens e qualidades em nós mesmos?

Tenho-me inclinado para a síndrome do colonizado; de facto temos uma incrível capacidade de desmotivar, criticar sem conhecimento e avaliar negativamente o que acontece à nossa volta, muito bem descrito a propósito do Brasil por Amauri Teixeira (PT-BA)LER AQUI.

Mas, criticamos e avaliamos tendo por base as experiências portuguesas o que torna também aplicável a primeira hipótese… Caramba que nem nós, só nós!

23 de novembro de 2011

Importa-se de repetir?


O Governo deve desistir das acções pendentes no Supremo Tribunal de Justiça. Afirmação do excelso líder e emérito advogado Carlos Veiga. Leia-se: O Governo deve perder as acções, relativas a terrenos reclamados pelos privados do costume, e entregar de bandeja 60 milhões de contos (sim milhões de contos). Pois é bebé! Importa-se de repetir? Quanto cabe de honorários ao escritório de advogados?? Let me see… 10% oops seis milhões de contos (que jeito que dariam para despesas domésticas)
Pois é bebé!
Podiam ter começado o debate por aí, poupava-se tempo e figuras tristes. E não era preciso anestesias mentais. Começaram com os assessores, passaram para os contratos de gestão – convictos que a “maioria de nós” não sabe a diferença - depois para as participadas finalmente chegaram ao que interessava: os consultores jurídicos que defendem o Estado nessas acções estão a ganhar muito. Um escândalo! Não é que esses chatos de há três anos para cá impediram o Estado ("nósoutros") de pagar meio milhão de contos em Tribunal? Já pensaram no “mininos” que deixaram de receber esse dinheirinho? E nos advogados sem honorários chorudos? É muita insensibilidade com o privado. Caramba! Despeçam os consultores e paguem os sessenta milhões e os outros milhões que a malta quer receber os chorados honorários.


Pois é bebé! Importa-se de repetir??


Não, não repita. Eu já sabia que o Parlamento nada mais é para os cata-ventos do que um palco para os seus interesses.