9 de fevereiro de 2011

Rescaldo 2011

Legislativas 2011 terminaram. Com a vitória do PAICV. Terceiro mandato com maioria absoluta. O povo votou e não deixou margem para dúvidas.
A derrota é pesada para o MPD
que de há 3 anos para cá vem proclamando o desgaste do Governo e concorre num quadro eleitoral aprovado em pleno mandato PAICV que favorece os partidos mais pequenos. Afinal os fo6 ganharam!
Toda a estratégia eleitoral do MPD baseou-se no marketing viral característico dos partidos que estão em má posição na campanha. Desde o Já, à manipulação dos números – segundo o Veiga 2 em cada 3 cabo-verdianos não têm casa – às montagens, às farsas, ao insulto e difamação tudo foi utilizado. A intervenção das Câmaras foi directa e imagem desta campanha é sem dúvida aquela da guarda municipal e dos bombeiros a retirar bandeirinhas do PAICV. Isto depois da decisão da CNE que relembra à CMP que ela não tem competência para o efeito. Desrespeito pela Constituição, pela lei e pelas entidades públicas que alguns teimam em branquear!
Pérola de campanha a declaração da advogada da CMP de que a tenda do PAICV na Praça é uma construção clandestina. O rrrrrhhhnaaauuuuuu dum conhecido artista é outro momento alto da campanha do MPD só ultrapassado pelo “boca na botija”.
Momentos tristes como a familiar do Veiga a acusar, num tempo de antena do MPD, a Janira H. Almada de lhe oferecer dinheiro pelo voto. Triste porque o MPD acredita que o povo cabo-verdiano não pensa ou é destituído!!
Campanha dispendiosa por parte do MPD. Sim do MPD. Rampas halfpipe, dirigíveis, outdoors há meses nas ruas, o Já cujo custo de distribuição semanal ronda os 2 mil contos são meios de campanha que ultrapassam em muito os habituais pendões, bandeirolas, cartazes, fitas de pulso e t-shirts. Mas vê e compara quem quer... é efectivamente mais fácil meter tudo no mesmo saco.
Foi também uma campanha que deu a conhecer alguns novos políticos. Alguns absorveram de imediato o pior que há na política e não tiveram dúvidas em descer ao insulto, à difamação e à mentira outros assumiram-se como verdadeiramente independentes e conseguiram fazer uma campanha com ideias e propostas. O Mário Lúcio foi irrepreensível. Mostrou que a sua entrada na política aconteceu porque quer contribuir para uma política melhor e não porque precisa da política. Marcou a diferença.
E foi a diferença que conduziu o PAICV à vitória. Conseguiram não descer o nível da campanha e continuar a apresentar propostas. Não cair na tentação de fazer o mesmo, de responder na mesma moeda não deve ter sido fácil. Manter o rumo face a ataques pessoais, mostrar o que foi feito, o que há para fazer e como fazer demonstra a enorme maturidade política do PAICV.
Merecido este terceiro mandato mas a confiança depositada gera uma enorme responsabilidade como foi patente no discurso de vitória de todos os dirigentes do PAICV e do JMN.
Acredito que serão capazes. Do Cabo Verde de 2001 ao Cabo Verde de hoje vai uma enorme diferença. A obra feita permite fazer ainda melhor. Quem o disse? Santo Antão.
YES I BELIEVE

2 comments:

É uma análise dum lado só mas tem razão quando diz que há situações que não podem ser branqueadas. A sabotagem na Electra é mais graves do que as situações de que fala.

Anónimo: não sou maniqueista mas também não sou hipócrita. E cansa a forma como se branqueiam figuras tristes. Esqueci de colocar como pérola de campanha aquela do Miltin Paiva a justificar que militantes do MPD andassem pelos bairros com urnas falsas e boletins falsos de voto com uma técnica sofisticadíssima de sondage. Nota que só refiro situações documentadas...