Quando os blogs opinam, criticam, insinuam, lançam suspeitas ou, mesmo, condenam sumariamente alguém (em especial políticos ou sempre políticos) é sempre em nome da liberdade de informação e de opinião, sem limites. Quando, ao invés, um blog se permitir criticar outros blogs, será a "censura" ou a politização.
Este é um post perigoso, vai contra a maré dominante mas sinto-me crítica ou melhor sinto-me como pessoa que se vangloria de ser de satisfação difícil, porque ninguém lhe tenta agradar (Dicionário do Diabo) e cá vai:
No bloguismo dominante avulta um estilo habitualmente apostado em negar qualquer progresso e qualquer perspectiva de saída favorável para Cabo Verde. Segundo essa visão, falhámos todos os desafios da história recente e estamos condenados a arrastar-nos numa apagada e vil tristeza até ao fim dos séculos. Qualquer acontecimento mais grave é transformado numa demonstração inequívoca da nossa incapacidade e da nossa condenação.
Para provar essa condenação atiram contra tudo o que mexe, apoiando indiscriminadamente todos os protestos, piscando o olho aos ressabiados dos vários quadrantes, fazendo de cada fládu flá uma certeza e um facto, numa autêntica histeria especulativa e ai das pessoas que gostam de pensar aquilo que estão a ler!!!
Mandar bocas, fixar frases soltas, e criticar negligentemente o que nem sequer conhece tornou-se um must intelectual ainda mais interessante quando não se olha a meios e se procura sistematicamente ferir na honra e dignidade. O ruído ganha sempre. ..
Hesitei entre três textos qualquer deles pleno de significado, para mim, neste momento, um de Robert Musil do O Homem sem Qualidades, outro de Ortega y Gasset em A Rebelião das Massas e acabei por optar por este de Aldous Huxley, do Regresso ao Admirável Mundo Novo sempre tão actual e insidioso:
Este é um post perigoso, vai contra a maré dominante mas sinto-me crítica ou melhor sinto-me como pessoa que se vangloria de ser de satisfação difícil, porque ninguém lhe tenta agradar (Dicionário do Diabo) e cá vai:
No bloguismo dominante avulta um estilo habitualmente apostado em negar qualquer progresso e qualquer perspectiva de saída favorável para Cabo Verde. Segundo essa visão, falhámos todos os desafios da história recente e estamos condenados a arrastar-nos numa apagada e vil tristeza até ao fim dos séculos. Qualquer acontecimento mais grave é transformado numa demonstração inequívoca da nossa incapacidade e da nossa condenação.
Para provar essa condenação atiram contra tudo o que mexe, apoiando indiscriminadamente todos os protestos, piscando o olho aos ressabiados dos vários quadrantes, fazendo de cada fládu flá uma certeza e um facto, numa autêntica histeria especulativa e ai das pessoas que gostam de pensar aquilo que estão a ler!!!
Mandar bocas, fixar frases soltas, e criticar negligentemente o que nem sequer conhece tornou-se um must intelectual ainda mais interessante quando não se olha a meios e se procura sistematicamente ferir na honra e dignidade. O ruído ganha sempre. ..
Hesitei entre três textos qualquer deles pleno de significado, para mim, neste momento, um de Robert Musil do O Homem sem Qualidades, outro de Ortega y Gasset em A Rebelião das Massas e acabei por optar por este de Aldous Huxley, do Regresso ao Admirável Mundo Novo sempre tão actual e insidioso:
“Os ideais da democracia e da liberdade chocam com o facto brutal da sugestibilidade humana. Um quinto de todos os eleitores pode ser hipnotizado quase num abrir e fechar de olhos, um sétimo pode ser aliviado das suas dores mediante injecções de água, um quarto responderá de modo pronto e entusiástico à hipnopédia. A todas estas minorias demasiado dispostas a cooperar, devemos adicionar as maiorias de reacções menos rápidas, cuja sugestibilidade mais moderada pode ser explorada por não importa que manipulador ciente do seu ofício, pronto a consagrar a isso o tempo e os esforços necessários.”
Para quem enfiar a carapuça: (i) a carapuça tem razões que a razão desconhece (ii) é uma atitude de abertura ao olhar dos outros (iii) avaliar se nos serve é um juízo de honestidade intelectual só disponível, evidentemente, para quem possua um certo grau de auto-estima. Por isso nada de reclamações...